domingo, 17 de janeiro de 2010

Do nome

   Um nome. O que há num nome?
   Se você perguntar isto a Shakespeare ou a maior parte das pessoas, certamente estes lhes responderiam que o que chamamos de rosa com outro nome certamente teria o mesmo perfume, e blá, blá, blá....
   De fato, não me parece completamente errado dizer isso, mas não tomo como verdade absoluta. Um nome não é algo insignificante, dispensável, um nome tem seu valor, tem seu poder.
    Nomes têm efeito atrativo, eles podem atiçar a curiosidade ou dispersá-la. É involuntário, imperceptível, pode até não ser algo interessante, mas seu nome, ah! Este é!, ele te chama e faz com que você fique até descobrir o suficiente para perder o importância, para conseguir ir embora sem arrependimento.
    Mas um nome, por mais incitante que seja não tem o poder de mudar algo, não pode mudar sua essência, seu jeito de ser, sua forma, cheiro, cor, nada. Aquilo continuará sendo Aquilo independente do seu nome.
      Ou seja, um nome não é algo insignificante, pois ele instiga, te faz fuçar algo, mas não faz um ser, sua mudança não faz com que Aquilo deixa de ser o que era, e sua existência não faz com que Aquilo seja o que é.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Um conto de um poema antigo

Esse conto eu escrevi a partir de um poema muito antigo que encontrei faz algum tempo. Quando eu escrevi o poema eu só tinha 11 anos e, obviamente, não estava muito bem escrito. Ele era sobre um mulher de lugar nenhum, e, eu sempre achei que havia um pouco de mágica nela...
Bem, esse conto vai ser pra minha amiga Marina.
 Espero que você goste mia.  


                                                                     ~..~


                                                                     Her


          Quando todos acordaram, ela já havia partido. Assim como ela o estranho também não se encontrava em lugar algum.
          Quase todos borbulharam jubilo dentro de si quando ouviram a notícia, mas colocaram mascaras e disseram “Oh! Que pena, vamos sentir sua falta”.
          Os homens apenas lamentaram a falta da paisagem que ela lhes proporcionava e dos serviços que á eles prestava sem nada cobrar; As mulheres sentiram-se como se ganhassem uma batalha “Finalmente da maldita encantadora de homens nos livramos” pensaram. As crianças aos prantos ficaram “Não haverá mais flores na primavera? Ou histórias de reinos longínquos sobre dragões, donzelas, bruxas e príncipes?” Perguntavam.
        Quase todos achavam que ela tinha partido com o forasteiro, mas não. Ela nunca iria para o mesmo lugar que aquele homem, ela se fora muito antes dele, para um lugar bem mais distante.
         Durante todos esses anos ela viajou de cidade em cidade tentando se encaixar em algum lugar, mas ela nunca conseguia. Pro algumas vezes achou que nunca ia encontrar o que tanto queria, mas quem sabe ela só estivesse procurando do jeito errado, entretanto ela não sabia outra forma de encontrar. A cada vila sentia uma pontada de esperança que ia crescendo até tomar conta de todo o seu coração, apenas para desaparecer quando ela precisava ir embora.
        Não fora diferente nessa cidade. Não foi ali que ela encontrou um lugar só seu ou alguém só para ela, e agora já passara da hora de partir deixando o mínimo de vestígios possíveis. Deixando apenas algumas lembranças que serão apagadas rapidamente pelo tempo.
        E naquela cidadezinha ninguém nunca mais ouviu falar dela ou do forasteiro, exceto por um sussurro que o vento trouxe algo sobre uma mulher de lugar nenhum, mas depois disso mais nada.
        Talvez ela ainda esteja procurando pelo seu lugar e o seu alguém, mas eu desejo que ela já tenha encontrado e que ela não precise mais ir de cidade em cidade para procurar o que lhe falta.

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